Xylitol aplicações nas áreas odontológicas e médica - Giroil
A anticariogenicidade, uma
das propriedades mais relevantes
do xilitol, é determinada
principalmente pela sua não
fermentabilidade por bactérias
do gênero Streptococcus, cuja
proliferação na flora bucal tornase
então limitada. Com a redução
da concentração de Streptococcus
mutans, diminui a quantidade de
polissacarídeos insolúveis e aumenta
a de polissacarídeos solúveis, o
que resulta em uma placa menos
aderente e de fácil remoção pela
escovação habitual dos dentes.
Estudos recentes sobre indivíduos
que substituíram o açúcar
por xilitol mostram que a saliva-ção é estimulada pelo agradável
sabor do adoçante e que, uma vez
aumentada a quantidade de saliva,
aumenta também a quantidade dos
minerais nela presentes. Alguns
desses minerais (em particular
íons cálcio e fosfato) promovem a
remineralização dos dentes e, consequentemente,
a reversão das cáries
em estágio inicial. A lavagem bucal
com solução de xilitol evita a queda
do pH da superfície dos dentes (uma
das causas do aparecimento de cáries), uma vez que, com o aumento do
fluxo salivar, eleva-se o pH da placa, o
qual neutraliza os ácidos produzidos
por outros carboidratos fermentáveis
que tenham sido ingeridos. Com isso,
eleva-se também os níveis de algumas
enzimas, aumentando a capacidade
tamponante e a atividade bacteriostática
da saliva. Dessa forma, o ambiente
bucal torna-se pouco favorável
ao desenvolvimento das bactérias.
Em comparação com outros
edulcorantes, o xilitol acarreta
maiores benefícios para a saúde
bucal, prevenindo a incidência de
cáries ou reduzindo a sua formação.
Os efeitos da substituição da dieta
usual de sacarose por xilitol foram
testados em alguns voluntários na
Finlândia, os quais, ao final de dois
anos, apresentaram uma redução
de 85% na incidência de cáries
dentárias, o que comprova a anti-cariogenicidade do xilitol.
Em estudos posteriores, avaliouse
o efeito de gomas de mascar contendo
xilitol ou sorbitol em pacientes
pertencentes a uma população de alto
risco de desenvolvimento de cáries.
Essas pessoas consumiram de 3 a
5 unidades de gomas de mascar por
dia, durante 40 meses. Os resultados
mostraram que as gomas de mascar
que continham xilitol foram capazes
de reduzir em até 63% as cáries desses
pacientes, enquanto as que continham
sorbitol reduziram as cáries
em apenas 30%. Os efeitos do consumo
diário de 5,2g de estimulantes de
saliva contendo xilitol ou eritritol sobre
o controle da placa dentária e de
Streptococcus mutans também foram
objeto de um estudo recente, no qual
ficou demonstrado que, nos consumidores
de xilitol, o peso da placa total
(coletada durante um período de três
minutos em toda a superfície dos dentes)
e a quantidade de Streptococcus
mutans presente na placa e na saliva
sofreram uma redução significativa,
ao passo que nos consumidores de
eritritol nenhum efeito foi observado.
Esses resultados sugerem que
as substâncias salivantes contendo
xilitol podem ser altamente efetivas
na higienização oral e no combate
aos microorganismos causadores de
cáries.
Vale a pena ressaltar que a formação
de cáries em crianças pode
ser prevenida desde o nascimento.
Durante a gravidez, as mães apresentam
na saliva altos níveis da bactéria
Streptococcus mutans, que é posteriormente transmitida aos filhos por
meio da fala, do beijo, etc. A contaminação
ocorre em crianças na faixa de
6 a 30 meses de idade,
período em que surge
a primeira dentição.
Os bebês com
menos de seis meses
não correm esse risco,
porque a superfície dos
dentes é requerida como
habitat por essa bactéria. Um
estudo com mães de bebês de
três meses de idade, submeteu-as
ao uso regular de gomas de mascar
contendo xilitol. Após cerca de dois
anos, ao comparar essas crianças
com outras da mesma idade, cujas
mães não participaram desse estudo,
os pesquisadores notaram que os
níveis de Streptococcus mutans nos
filhos das usuárias de xilitol eram
muito mais baixos, o que demonstra
que o xilitol inibiu a transmissão da
bactéria, reduzindo, portanto, o risco
de formação de cáries. Esse mesmo
grupo de crianças foi acompanhado
por outro grupo de estudo até a troca
de sua dentição primária (por volta
dos cinco anos de idade). Os pesquisadores
observaram que, mesmo com
dentição secundária, essas crianças
apresentaram níveis de S. mutanscerca de 70% mais baixos do que os
das crianças cujas mães não realizaram
o tratamento.
Em resumo, o xilitol contribui
para a saúde bucal de seis maneiras:
reduzindo a incidência de cáries;
estabilizando íons cálcio e fosfato na
saliva e, consequentemente, remineralizando
os dentes; estabilizando as
cáries já formadas; reduzindo o crescimento
de Streptococcus mutans e
Lactobacillus na saliva; estimulando
a formação da saliva (sem aumentar
a produção de ácidos na placa dentária); e controlando o pH da placa e
a capacidade tamponante da saliva,
após o consumo de sacarose.
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