Cardápio emocional
Comer traz a sensação de prazer e conforto. Porém, hábitos alimentares inadequados podem estar por trás de doenças como a depressão.
Quem sofre de ansiedade, depressão e outros distúrbios emocionais talvez nunca tenha pensado nisso, mas a resposta para o problema pode estar no lugar onde menos se imagina: o estômago. A constatação não é tão absurda quanto pode parecer se lembrarmos que nossa relação com os alimentos está associada, desde cedo, às emoções. O alimento conforta, traz lembranças afetivas – aquele pudim da casa da avó, um jantar romântico que você nunca esqueceu – e ainda reúne pessoas em torno da mesa, onde a comida muitas vezes é só uma desculpa para compartilhar uma boa companhia. Mas, se por um lado o ato de comer traz a sensação de bem-estar, ele também pode acarretar uma série de doenças de ordem emocional.
O problema da má alimentação pode iniciar na infância. As pessoas sabem que alimentos ricos em açúcares e gorduras fazem mal, então por que continuam a comê-los? A resposta é simples: desde a infância nós criamos uma espécie de memória celular para os alimentos. Crianças acostumadas com bolachas recheadas, achocolatados e sucos industrializados dificilmente gostarão de frutas e verduras na fase adulta porque eles não fazem parte do seu referencial alimentar. O correto seria já na infância um cardápio rico em alimentos funcionais, que melhoram o metabolismo e previnem doenças.
Estudos revelam que 80% das doenças humanas são de origem nutricional, entre elas a depressão. A depressão pode ser proveniente de uma desnutrição profunda, quando o consumo de alimentos nutritivos é deficiente desde a infância, a ponto de não nutrir o cérebro. Também pode estar associada a distúrbios gastrointestinais, como prisão de ventre, gastrite, excesso de gases e, principalmente, disbiose (flacidez da mucosa e microbiota intestinal).
Hábitos alimentares também funcionam como um espelho dos nossos sentimentos. Emoções associadas ao estresse, como medo e irritabilidade, ativam em nosso cérebro mecanismos primitivos de defesa, desencadeando reações de ataque, como morder e rasgar. Assim, é comum pessoas sob estresse desejarem comer alimentos que possam ser rasgados e mastigados repetidas vezes. Não é a toa que as churrascarias são as paradas obrigatórias dos grupos de trabalho em finais de período, quando o estresse já atingiu o seu pico. Quando estamos ansiosos, encontramos alívio no ato mecânico de comer “besteirinhas”, como pipoca e salgadinhos, porque a repetição do gesto de levá-las à boca atenua nossa inquietação. Já aqueles que vivem uma rotina monótona procuram balas, bolachas e alimentos “lúdicos” e coloridos como forma de espantar o tédio, levando algum estímulo novo ao cérebro. Uma solução simples seria ter em mãos o girassol descascado, que pode ser levemente torrado e salgado. Ele dá esse conforto à ansiedade, já que é necessário mastiga-lo repetidas vezes, além de fornecer alta quantidade de fibras e vitamina E.
Entre as pessoas mais carentes e sem motivação, entram em cena as comidas calóricas, ricas em açúcar, gordura e carboidrato, como massas e chocolates. O problema é que a energia requerida nos estados de carência não é alimentar, mas relacional. Dessa forma, uma necessidade afetiva acaba sendo encoberta por uma solução alimentar.
Para comer e ser feliz
Confira os alimentos que devem estar nas refeições:
Banana
Seu consumo diário aumenta a produção de serotonina no cérebro, contribuindo para o relaxamento muscular.
Chocolate meio amargo
O cacau contém teobromina, triptofano, feniletilamina e magnésio, que combatem a depressão.
Mel
Forte aliado da produção de serotonina.
Alface
Graças a lactucina, presente em seu talo, funciona como calmante. Contém ácido fólico, cuja falta no organismo pode causar tristeza e fadiga.
Peixes e frutos do mar
Possuem zinco e selênio, importantes para as atividades cerebrais. Também ricos em ômega 3, que diminui os sintomas depressivos.
Laranja
Rica em cálcio, é um relaxante muscular essencial para combater o estresse. Também é uma grande fonte de energia e previne o cansaço.
Ovos
Contribuem para o bom humor graças à presença de tiamina, ácido fólico e acetilcolina, elementos cuja carência pode causar apatia e ansiedade.
Exelente matéria! Parabéns.
ResponderExcluirObrigada por nos seguir. Também seguimos este espaço e sempre o acompanhamos.
Um grande abraço.